Árbitros não vão escapar ao controlo
Em Portugal, o antigo árbitro internacional de futebol Jorge Coroado confirma que o fenómeno do doping se estende ao sector, enquanto outro "juiz" já retirado, José Leirós, tem a certeza de que "nunca existiu doping na arbitragem portuguesa".
O perito e director do Laboratório de Análises e Dopagem (LAD), Luís Horta, admite a hipótese de efectuar testes aos árbitros, caso as autoridades internacionais assim o estipulem, embora se trate de algo que "não está, para já, em cima da mesa".
"Não tenho dúvidas em afirmar que, no seio da arbitragem, havia - não sei se ainda há porque já não estou no meio - quem recorresse a isso. [Os controlos aos árbitros] já deviam ter chegado há mais tempo", afirmou Coroado à Agência Lusa, concordando com a medida para "proteger a saúde das pessoas e evitar efeitos nefastos mais tarde na vida".
O antigo árbitro recordou um episódio, "nos primórdios da carreira", quando tomou "duas aspirinas porque era muito atreito a exaquecas" e a "respiração fazia-se muito mais facilmente, mas a ressaca foi muito pior e as pernas pareciam pedra".
"Passei uma noite horrível e nunca mais tomei um comprimido em dia de jogo. Mas há realmente gente que se socorreu de artifícios para atingir determinados objectivos, nomeadamente conseguir fazer testes físicos e apresentar-se em campo em condições mínimas", continuou, embora defendendo que tem que haver o mínimo de preparação física e que as substâncias químicas não passam de uma "ajuda".
José Leirós, por seu turno, desmente qualquer caso de recurso a susbtâncias proibidas por parte de árbitros porque a actividade é exercida "a partir de uma certa idade e as pessoas já têm consciência de que essas práticas são prejudiciais à saúde".
"Espero que essa medida não se aplique em Portugal. É impensável colocar-se essa hipótese de os árbitros se doparem. No meu tempo não existia essa prática. Até porque os treinos não são assim tão exigentes e a actividade física normal é suficiente para uma pessoa se preparar para os jogos", afirmou Leirós.
Esta semana, a AFLD anunciou o seu programa de acção para 2009, incluindo testes regulares ao sangue de atletas para detectar a presença de hormona de crescimento, entre outras análises sanguíneas, num total de 9.000 testes antidoping previstos, e os inovadores controlos antidoping aos árbitros, após os jogos e também de surpresa, durante os treinos e sessões de formação.
"A França é um país autónomo e, como tal, a AFLD pode adoptar as medidas que entender por bem, mas não é uma coisa que esteja, para já, em cima da mesa junto da Agência Mundial Antidopagem (AMA). O Conselho Nacional Antidopagem (CNAD) tem por política adoptar todas as normas internacionais, portanto, caso haja essa decisão, estaremos dispostos a efectuar, através do LAD, esses controlos aos árbitros", disse Luís Horta à Lusa.
Relativamente ao fenómeno da dopagem dos árbitros, Horta reconheceu já ter sido confrontado com o assunto e a necessidade de actuação das autoridades em vários "colóquios e outros eventos".
"É uma hipótese que faz todo o sentido porque se trata de agentes desportivos como os outros, com intervenção directa nas competições, e a verdade desportiva é um valor superior", concluiu o especialista português
Fonte: O Jogo
O perito e director do Laboratório de Análises e Dopagem (LAD), Luís Horta, admite a hipótese de efectuar testes aos árbitros, caso as autoridades internacionais assim o estipulem, embora se trate de algo que "não está, para já, em cima da mesa".
"Não tenho dúvidas em afirmar que, no seio da arbitragem, havia - não sei se ainda há porque já não estou no meio - quem recorresse a isso. [Os controlos aos árbitros] já deviam ter chegado há mais tempo", afirmou Coroado à Agência Lusa, concordando com a medida para "proteger a saúde das pessoas e evitar efeitos nefastos mais tarde na vida".
O antigo árbitro recordou um episódio, "nos primórdios da carreira", quando tomou "duas aspirinas porque era muito atreito a exaquecas" e a "respiração fazia-se muito mais facilmente, mas a ressaca foi muito pior e as pernas pareciam pedra".
"Passei uma noite horrível e nunca mais tomei um comprimido em dia de jogo. Mas há realmente gente que se socorreu de artifícios para atingir determinados objectivos, nomeadamente conseguir fazer testes físicos e apresentar-se em campo em condições mínimas", continuou, embora defendendo que tem que haver o mínimo de preparação física e que as substâncias químicas não passam de uma "ajuda".
José Leirós, por seu turno, desmente qualquer caso de recurso a susbtâncias proibidas por parte de árbitros porque a actividade é exercida "a partir de uma certa idade e as pessoas já têm consciência de que essas práticas são prejudiciais à saúde".
"Espero que essa medida não se aplique em Portugal. É impensável colocar-se essa hipótese de os árbitros se doparem. No meu tempo não existia essa prática. Até porque os treinos não são assim tão exigentes e a actividade física normal é suficiente para uma pessoa se preparar para os jogos", afirmou Leirós.
Esta semana, a AFLD anunciou o seu programa de acção para 2009, incluindo testes regulares ao sangue de atletas para detectar a presença de hormona de crescimento, entre outras análises sanguíneas, num total de 9.000 testes antidoping previstos, e os inovadores controlos antidoping aos árbitros, após os jogos e também de surpresa, durante os treinos e sessões de formação.
"A França é um país autónomo e, como tal, a AFLD pode adoptar as medidas que entender por bem, mas não é uma coisa que esteja, para já, em cima da mesa junto da Agência Mundial Antidopagem (AMA). O Conselho Nacional Antidopagem (CNAD) tem por política adoptar todas as normas internacionais, portanto, caso haja essa decisão, estaremos dispostos a efectuar, através do LAD, esses controlos aos árbitros", disse Luís Horta à Lusa.
Relativamente ao fenómeno da dopagem dos árbitros, Horta reconheceu já ter sido confrontado com o assunto e a necessidade de actuação das autoridades em vários "colóquios e outros eventos".
"É uma hipótese que faz todo o sentido porque se trata de agentes desportivos como os outros, com intervenção directa nas competições, e a verdade desportiva é um valor superior", concluiu o especialista português
Fonte: O Jogo
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