Artigo de Opinião
As Crianças e o Desporto
É importante por vezes, pararmos e reflectirmos sobre o impacto, que a Psicologia tem no Desporto, e no desenvolvimento das crianças.
Desta forma, decidi partilhar algumas linhas de reflexão, com todos os que seguem ou visitam o meu blog.
Apesar de hoje em dia, termos acesso a um vastíssimo leque de conhecimentos, sobre todas as áreas nomeadamente esta, continuam a persistir erros graves, na prática desportiva, a que sujeitam as nossas crianças.
As soluções dependem de todos nós, que como pais, treinadores e técnicos devemos no nosso dia – a - dia, estar atentos a tudo isto.
Claro que as normas e sistemas, implementados e suportados pelos organismos responsáveis pelo desporto, têm de ter estas preocupações, no entanto como adultos que somos, devemos estar atentos e ser pró-activos nesta matéria.
O desporto infantil deve ter como objectivo, o desenvolvimento e bem estar das crianças, e nunca estar subjacente ao alto rendimento desportivo.
É importante que todos os técnicos, treinadores e pais tenham consciência, que as crianças não são adultos em miniatura, e que a cultura do desporto infantil, tem cada vez mais, de ter as suas próprias regras e sistemas de competição.
Como tal é dever dos treinadores, manter um contacto regular com os pais das crianças que têm a seu cargo.
Por outro lado expomos demasiado as nossas crianças à prática de desporto rigoroso, muito precocemente, o que não é vantajoso.
As mesmas devem poder ter a oportunidade de praticar diversas modalidades desportivas, e não serem quase que obrigadas, a praticar o que os pais querem e gostam.
O desporto infantil deve promover um clima motivacional com dinâmica e desenvolvimento das capacidades das crianças.
Deve enfatizar-se a gestão dos objectivos pessoais, o auto desenvolvimento, o divertimento, a aprendizagem de novas técnicas, a cooperação e os sentimentos de autonomia.
Não deixem por isso, que a política desportiva prevaleça sobre o ser humano que a criança é, os direitos e o superior interesse que as mesmas têm, e que lhes são devidos!
Artigo retirado do blog de Isabel Mota Araújo
Um comentário:
Comentário ao blog de Isabel Mota Araújo
Bruno disse...
Olá
Realmente concordo com a maior parte do que aqui foi escrito, é certo que não se pode encarar uma criança como um adulto em miniatura, e cabe aos treinadores a tarefa de saberem adaptar as competências de cada modalidade às características da criança. O facto de a criança estar de livre vontade numa modalidade e como foi referido experimentar uma série de desportos durante a sua fase de desenvolvimento é sem dúvida um factor positivo.
No entanto deve-se também ter em conta que à medida que a idade dos jovens praticantes avança, vão estando sujeitos a diferentes níveis de treino, por exemplo iniciação desportiva, fundamentos, aprender a treinar, treinar a treinar, treinar para competir, etc. O que quero com isto dizer é que a "exposição das crianças à prática de desporto rigoroso", por vezes pode ser mal interpretada por quem não está muito por dentro das matérias. Não podemos confundir "desporto rigoroso" com desporto com regras, objectivos claros, fundamentado e acima de tudo com o intuito de desenvolver ao máximo as capacidades das crianças. E quem pratica uma modalidade federada tem de estar sujeita a estas características, porque senão estava no desporto escolar ou simplesmente a brincar na escola ou na rua.
A relação pais/treinador também é um factor chave no desenvolvimento da criança no desporto e não só, no entanto esta relação tem as suas particularidades. O treinador deve ter a preocupação de saber sobre o dia-a-dia dos seus "atletas" ou melhor "jogadores", e para isso os pais são fundamentais na partilha de informação. Os pais também devem estar atentos às pequenas evoluções dos filhos no desporto e apoia-los sempre. Não podemos é esquecer que cada um no seu sítio, isto é, os pais também têm de ter consciência de que não podem entrar no campo dos treinadores, nem muito menos interferir com as suas decisões.
Para concluir uma reflexão que já vai longa, mas sendo um assunto pertinente penso que não haja muito problema, realmente no desporto para crianças deve-se ter em conta "o ser humano que é a criança", mas por isso mesmo também se deve aplicar desde cedo, rotinas, regras, valores, competências que permitam ajudar na evolução da criança como pessoa e desportista.
Cumprimentos
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